Propeg cria laboratório de novas mídias em parceria com a UFBA

Em um movimento incomum para os padrões do mercado da propaganda no Brasil, a Propeg fez uma parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) para criar o que batizou de Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais. Instalado na instituição, o novo laboratório tem como objetivo desvendar o que há de mais inovador na comunicação publicitária no ambiente da web.

O idealizador do projeto é Alexandre Augusto, vice-presidente da agência baiana. Segundo ele, a idéia surgiu após assistir à palestra Inovação e Ruptura, apresentada por Clayton Christensen, professor da Harvard Business School e conhecido em todo o mundo por seu trabalho na área de inovação. Ele é autor de um artigo - "Uma hora a casa cai" - publicado pelo Meio & Mensagem em fevereiro deste ano.

"A internet está crescendo, mas ainda é incipiente quando comparada às grandes mídias. E a forma de preparar a agência para o futuro é formando um laboratório de novas mídias", afirma Augusto.

Para a realização do projeto, a Propeg investirá cerca de R$ 60 mil ao ano, mais a colaboração dos órgãos de pesquisa CNPq e Capes, com R$ 40 mil em equipamentos, e R$ 5 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fabesp). "É um investimento muito pequeno em relação à importância dos seus resultados", comenta.

Iniciados há três meses, os trabalhos são realizados por oito pesquisadores bolsistas (graduados em jornalismo e produção cultural) e um coordenador adjunto, que passaram por um rigoroso processo de seleção para participar do projeto. A iniciativa conta ainda com a participação de Wilson Gomes, professor titular da UFBA, com doutorado em filosofia pela Pontifícia San Tommaso D?Aquino (de Roma) e pós-doutorado pela USP.

Segundo Augusto, há uma interação diária entre os pesquisadores e os profissionais da área de planejamento da agência, e a cada dois meses, em média, há uma apresentação de um trabalho sobre as tendências no segmento dentro da empresa. Até o momento, a agência já recebeu relatórios sobre mobile marketing, campanhas colaborativas, marketing de buscas e publicidade em redes sociais.

Os próximos a serem entregues são TV digital, publicidade em sites de notícias, publicidade em sites de compartilhamento de mídias e publicidade em games e advergames. Os conteúdos poderão ser divulgados em sites ou revistas.

Pioneirismo
Muito difundida nos Estados Unidos e países europeus, essa proposta de laboratório da Propeg, em conjunto com a UFBA, é considerada pela agência a primeira experiência focada em comunicação publicitária a surgir no Brasil. De acordo com Augusto, a intenção é estar bem à frente do que ocorre atualmente no mercado nacional. "Muitas empresas divulgam seus núcleos focados em web, mas quando se analisa é apenas uma dupla fazendo hot sites e banners. Poderíamos muito bem lançar uma Propeg Web ou uma Propeg 2.0, mas nosso projeto é bem mais sério que isso", define.

A Estratégia do Google e a compra do YouTube


A edição da revista Exame do dia 30 de outubro traz uma reportagem intitulada "A verdadeira Tv Digital" em que fala da proliferação dos serviços de vídeos online e de como o conteúdo da Tv tem migrado para web através deles. A matéria traz alguns dados interessantes, mas, na minha visão, tem uma entonação levemente "corporativista" ao defender o modelo dos serviços de vídeo mantidos pelas grandes corporações midiáticas, e afirmar que o YouTube tem agora o desafio de enfrentar esses serviços e se mostrar viável. Discordei desse ponto de vista numa conversa aqui no Observatório  e afirmei que eram os novos serviços que tinham de se afirmar, já que são vistos mais de 100 milhões de vídeos diariamente no Youtube, que hospeda milhões de vídeos e gera mais de US$ 200 milhões de receita. E foi nesse ponto que a minha afirmação foi desafiada: o Youtube gera um prejuízo ao Google, o seu proprietário, da ordem de US$ 100 milhões ao ano. Mas, aqui cabe uma reflexão.

Podia argumentar que os serviços de vídeos da Globo e da CNBC também não geram receitas magníficas aos seus proprietários, mas queria chamar atenção para outro aspecto. O YouTube foi uma aquisição estratégica do Google, e deve ser entendido dessa maneira.

O Google aceitou pagar US$1,6 bilhões de doláres por um site de compartilhamento vídeos, porque esse lhe oferecia pelo menos quatro grandes atrativos: uma audiência grande e crescente; um serviço que tende a ser usado
 frequentemente pelos usuários; a possibilidade de capturar dados importantes sobre uma enorme audiência; e um grande potencial de gerar receitas publicitárias.

Ou seja, o YouTube vai ao encontro do objetivo do Google de tornar a internet cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, contribui para que a empresa cumpra a sua missão de organizar toda a informação mundial, é visto por milhões de pessoas que ao assistir os vídeos deixam informações sobre seus gostos, desejos etc. Essas informações podem ser usadas para otimizar os resultados do negócio principal do Google: exibir anúncios contextuais segmentados ao nível do indivíduo. 

Além disso, o YouTube torna a marca "Google" ainda mais presente no dia a dia do internauta, o que fortalece o brand da companhia. Não à toa, o Google foi eleito a marca mais admirada na Inglaterra e uma das mais valiosa dos EUA. Por fim, a sua enorme audiência, a sua boa imagem (no sentido corporativo) e seu uso contínuo, tornam o YouTube um serviço com grande potencial de gerar receitas publicitárias. Por que não gera, então? Ora, porque ainda não se chegou num modelo publicitário que atenda às expectativas e necessidades dos internautas, anunciantes e do proprietário do YouTube. Até chegar a esse modelo, o Google tem fôlego de sobra para manter o YouTube funcionando bem e gratuitamente. Enquanto isso, o serviço de vídeos vai contribuindo de diversas maneiras, além da financeira, para que o Google continue gerando receitas e lucros recordes.

Enfim, se tivermos um olhar tacanho e relacionarmos o quanto o YouTube custa e o quanto gera de receita hoje, então trata-se de uma mal negócio. Mas, se o olhar for estratégico e se correlacionarmos o custo do YouTube e o quanto ele gera de valor ao Google e o seu potencial de gerar ganhos no longo prazo, então é um excelente negócio.

A publicidade na Busca Móvel

Após 14 anos da abertura da Internet para fins comerciais, a rede passou a ser usada por milhões de pessoas e várias companhias aproveitaram essa audiência para estabelecer seus modelos de negócios baseados em publicidade. Dentre todas elas o maior destaque é o Google, empresa americana que deve faturar algo como US$ 20 bilhões em 2008. O grande ovo de colombo do Google foi descobrir que podia exibir anúncios contextuais de baixo custo e em momentos de alta relevância para os usuários.

Agora a fronteira da publicidade digital é os dispositivos móveis. Isso significa que é nos dispositivos móveis que a publicidade deve crescer mais rapidamente nos próximos anos , e onde ainda não há um formato consolidade de publicidade. Porém, o modelo de links patrocinados contextuais já tem sido usado nos dispositivos móveis , lógico que ainda como teste, ainda não se sabe se a fórmula dos links patrocinados funcionará na mobilidade.

Mas, vamos abordar uma problemática da busca móvel. O fato de buscar através de um celular abre espaço para um novo tipo de cobrança, o PPC (Pay per Call ou Pague por Chamada). Desta maneira, o usuário ao fazer uma busca através de um dispositivo móvel, é impactado por um anúncio publicitário e, ao clicar nele, ao invés de ser encaminhado ao site do anunciante, entra em contato telefônico com a empresa do anúncio. Isso é interessante para o usuário, pois pode solicitar o que deseja diretamente a um atendente, e não precisa perder tempo tentando se encontrar nas páginas de um site; e é bom para o anunciante que não sabe direito como montar estratégicamente sites e que pode mensurar com a ainda mais acurácia os resultados de uma campanha. Mas, cabe aqui uma pergunta singela: quem paga o custo da ligação?

Convenhamos que o custo de uma ligação de celular é alto. Desta forma, é justo que o usuário, que deseja adiquirir um produto anunciado, arque sozinho com os custo da ligação? Mas, e se o anunciante decidir pagar tudo, inclusive a ligação, ele não ficaria exposto a trotes além de aumentar os custos de uma campanha ao ponto de torná-la inviável? Qual é a melhor alternativa, então? E se incluirmos aí a problemática da publicidade baseada na localização. É correto que os anunciantes tenham acesso a localização de um cidadão comum?

Não vou propor respostas a essas perguntas, mas esses casos servem para ilustrar que ainda não se chegou a um formato consolidado da publicidade móvel, nem para a busca móvel. O que demonstra que quem acreditar que a publicidade através de dispositivos móveis será algo rentável no futuro tem de entrar agora com a mentalidade de um "experimentador" e não de um "operador", ou seja, tem que participar das discussões de como se dará a publicidade nesses meios, e não esperar encontrar uma forma pronta de se fazer a publicidade móvel.

Com quantos banners se faz um anúncio?

No mundo dos banners, tamanho é documento, sim.


Em janeiro deste ano, um anúncio da Apple, da famosa campanha “Get a Mac“, apareceu no site do The New York Times, um dos mais acessados sites de notícia do mundo.

Valendo-se de múltiplos banners, o anúncio me parece das idéias mais geniais para chamar atenção no nicho dos sites noticiosos, com tantas, digamos, restrições de espaço reservado à publicidade.




Publicidade na TV digital

Criar publicidade para a televisão pode se tornar um pouco desafiador. Elementos que imaginávamos num futuro mais distante vão poder estar ao nosso alcance antes do que imaginávamos. Interatividade é a principal delas. Ainda existe alguns questionamentos em torno disso, mas algumas tentativas foram feitas em outros países e acredito que poderão acontecer aqui no Brasil em breve (aqui pode se entender em um período de 10 anos). Para que ela aconteça e atinja a toda a população brasileira, primeiro precisa-se implantar a tecnologia no País. Além disso, é necessário que exista um período de transição para que, tanto os espectadores quanto os profissionais da área, se adaptem a essa nova realidade.
As vantagens trazidas pela interatividade serão muitas, mas a principal vai ser o contato direto do anunciante com seu público. Este contato poderá trazer, para o anunciante, informações para que um perfil seja traçado e, assim, possibilita o aperfeiçoamento das estratégias de comunicação com os clientes. Essas informações podem ser pedidas quando o espectador estiver assistindo a um comercial e, por exemplo, quiser acessar a informações mais específicas de um serviço ou da própria empresa e, esses dados do anunciante serão disponibilizadas por eles mesmos. Para aprofundar sobre algumas questões de interatividade, recomendo um artigo que li e achei interessante. Existe uma parte dele que é mais técnica, mas achei interessante. A interatividade é tratada baseada no iMEDIA System, um projeto que se direciona para o agrupando e segmentando consumidores no ambiente da TV digital.

Outro desafio serão os gravadores de conteúdo. Ao ter essa possibilidade em mãos, o espectador poderá "pular" o intervalo comercial no momento em que estiver assistindo ao seu programa gravado. É um desafio para os publicitários que deverão pensar em uma forma criativa para fazer com que o público-alvo do anunciante assista à propaganda. O vídeo abaixo é sobre uma marca de gravador americano, Tivo.


Ainda existem outras mudanças que são apenas especulações, como o uso de links patrocinados para que o espectador faça downloads de comerciais que tiver interesse. Pensa-se que, inicialemente, algumas ferramentas utilizadas pela internet poderão ser inseridas na publicidade da TV digital, como aconteceu há alguns anos atrás, quando apropriou-se de alguns elementos da publicidade televisiva para inserir a publicidade na internet e, aos poucos, foi se adaptando para que pudesse "funcionar" melhor neste ambiente específico. Assim, acredita-se que a fase de adaptação da publicidade para a TV digital constará de alguns elementos de internet e ainda a publicidade no formato tradicional, o conhecido comercial de 30 segundos. Alguns exemplos foram utilizados para a pesquisa e já postados aqui no blog. Através deles, é possível conferir o que já se fez no exterior e que talvez possa ser feito por aqui.

Prisma do Marketing Conversacional


Brian Solis publicou em seu blog o "A conversação: arte de ouvir, aprender e compartilhar", um prisma categorizando e relacionando os diversos tipos de mídias sociais. Ele usa o termo "conversational marketing" para a área do marketing voltado a mídia social, conceito bem semelhante a SMO, ou social media optimization, termo mais comum.

Publicidade em Redes Sociais Online

O Orkut foi visitado, em maio de 2008, segundo o Ibope Net/Ratings, por 16 milhões de usuários únicos no Brasil. A página, que possui o endereço mais visitado no país, tem sido alvo de diversas ações de comunicação, mas geralmente amadoras e sem unidade, porque faltam modelos de utilização do espaço. O relatório “Publicidade em Redes Sociais Online”, escrito por Tarcízio Silva, apresentou como o Orkut, Sonico e MySpace vem sendo utilizados com fins publicitários e as tendências, especialmente os aplicativos sociais baseados no código OpenSocial.

Desnecessário dizer que, como todo resumo, algumas minúcias foram deixadas de lado em favor da concisão. Sejam problemas terminológicos ou demais dúvidas possíveis, sintam-se à vontade para comentar.

Web 2.0, Mídia Social e Redes Sociais
O conceito de web 2.0 já é batido demais para precisar ser conceitualizado aqui. Dentro dessa realidade, diferenciamos os termos mais utilizados em língua portuguesa: mídia social e rede social online. O primeiro é, hoje, praticamente qualquer serviço de sucesso. O que define mídia social é a importância dos usuários: são eles que criam, editam, selecionam, hierarquizam e demandam o conteúdo.

Por exemplo, o YouTube, site de compartilhamente de mídia, é um tipo de mídia social porque: são os usuários que enviam a maior parte dos vídeos; hierarquizam porque são os mais vistos os melhor posicionados; divulgam enviando para amigos ou incorporando em blogs; escolhem o que querem ver – podem, por exemplo, assisitir um programa de TV no horário que quiser.

Sites como o Delicious e StumbleUpon, chamados de social bookmarking, permitem que os usuários selecionem seus links preferidos e os liguem a marcadores. Estes marcadores organizam seus links, definem suas preferências e podem ser utilizados para encontrar conteúdo relacionado. A própria existência de marcadores, sem chegar ao mérito de quais são, é um indicativo: uma página que não existe no Delicious provavelmente não tem relevância.

Os exemplos acima são alguns dos tipos de mídia social existentes. O Mashable, principal portal sobre mídia social, foi base para categorizar as mídias sociais em

- sites de compatilhamento de mídia (YouTube, DailyMotion)
- blogs (Blogger, Wordpress)
- social bookmarking (como Delicious, Digg, StumbleUpon)
- resenhas (Amazon, Orangotag)
- jogos online (Ragnarok, Warcraft)
- microblogging (Twitter, Jaiku)
- redes sociais (Orkut, Facebook, MySpace)

O que particulariza as últimas é o foco na comunicação e relacionamento entre as pessoas. No YouTube as estrelas são os vídeos, no StumbleUpon os sites, na Amazon os produtos, no Twitter são as recomendações e a velocidade. No Orkut são as pessoas. Citando (e tentando traduzir) danah boyd, a maior especialista no assunto:
serviços de web que permite que os usuários (1) construam um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema conectado, (2) articular uma lista de outros usuários com os quais eles compartilham uma conexão e (3) ver e mover-se pela sua lista de conexões e pela dos outros usuários. A natureza e nomenclatura dessas conexões podem variar de site para site.”
Como causa e conseqüência do tipo de atividade desenvolvida – manutenção e criação de amizades –, esses sites possuem algumas características próprias. A primeira delas é a página pessoal chamada perfil. Apesar de alguns dos exemplos de mídia social supracitados permitirem a criação de perfis, a diferença é que as redes sociais são caracterizadas por perfis públicos, que permitem a postagem de comentários ou recados também públicos, ao menos para os amigos. E a navegação nesses sites se dá através das ligações entre os perfis, ao contrário de sites de compartilhamento de mídia, que oferecem navegação prioritariamente pela mídia em questão.

Tendências: Aplicativos Sociais e OpenSocial
Essa particularidades sempre foram uma pedra no sapato de profissionais de marketing e publicidade. O Orkut não previa o uso comercial de sua rede social. Apesar disso, como qualquer um que tem um perfil no Orkut sabe, recados, perfis e comunidades tem sido utilizados. Então posso suprimir essa parte deste resumo aqui, já extenso.

Os chamados aplicativos sociais são programas, desenvolvidas por terceiros para serem disponibilizados em sites diversos que permitem a utilização do tipo de código no qual foi criado o aplicativo. O parâmetro de sucesso é o Facebook, a maior rede social do mundo, quinto endereço mais visitado. Criado em 2004, o Facebook pode ser considerado o modelo de rede social (apesar do último redesign, mas isso é outra história). Experimenta diversos modos de monetização, sendo os aplicativos sociais o mais desenvolvido.

Quando respeitam as característias de seu ambiente, estes aplicativos merecem com jus o nome de aplicativos SOCIAIS. Por exemplo, a página do produto Red Bull no Facebook mantem o Roshambull: um jogo tipo pedra-papel-e-tesoura que permite competições levando os usuários a interagir com seus amigos, promovendo a marca.

Para concorrer com o Facebook, o Google e outras empresas proprietárias de redes sociais desenvolveram o OpenSocial, um código aberto, gratuito e padronizado que permite que qualquer desenvolvedor crie um aplicativo social compatível com qualquer uma das redes sociais afiliadas.

Em 10 de julho de 2008 os aplicativos sociais foram disponibilizados para os usuários brasileiros do Orkut. O código OpenSocial é aberto e a utilização dos aplicativos, desde que siga uma série de regras, pode ser monetizado de diversas maneiras. Analisamos os 25 aplicativos mais populares duas semanas depois e encontramos o seguinte panorama.

Treze aplicativos exibem anúncios patrocinados, doze promovem outro serviço/site da internet, e seis promovem marca. A soma dá 31 porque alguns ficam na fronteira de dois modelos. Os tipos de aplicativos mais populares são: Avatares, como o líder BuddyPoke; disponibilização de música e vídeo, como o Minha Música; e Esporte, como o GloboEsporte. Dentre as grandes empresas brasileiras, foi a Globo a primeira a entender o potencial dos aplicativos sociais. Estão disponíveis diversos aplicativos associados com seus portais.

As empresas especializadas em mídia social com destaque são a HiperSocial e a Mentez. Entre agências interativas, a StudioSol, criadora do Minha Música, demonstra o potencial do seu aplicativo em seu site. A falta de conhecimento das empresas acaba deixando para desenvolvedores autônomos uma grande fatia dos usuários. Longe de ser algo ruim, mostra como o poder de criação na web 2.0 é descentralizado. Por outro lado, essa audiência poderia ser melhor aproveitada com parcerias entre empresas e desenvolvedores.

O modelo mais bem sucedido é, no momento, o de aplicativos vinculados a outros serviços web. Como o Terra Sonora (sobre o qual já postei aqui), o Oyo Músicas e os desenvolvidos pela Globo, estes aplicativos fornecem alguns dos serviços na própria rede social, convidando o usuário para o site original.

Os serviços oferecidos pelos aplicativos tem de ser sociais. A tautologia evidente nem sempre é compreendida. O usuário de rede social quer se comunicar com amigos, quer que essa comunicação seja publicada e quer receber benefícios além do aspecto lúdico. O aplicativo social em uma campanha, na qual deve ser mais um item, deve priorizar a comunicação e interação entre seus usuários, além de se manter atualizado renovando o interesse. Essas particularidades foram compreendidas pelos criadores do BuddyPoke, que se mantêm invicto como o mais popular. Em outra postagem tratarei apenas dele.

Atualizações
O relatório foi produzido entre maio e julho de 2008. Agora, outubro, a quantidade de aplicativos continua a crescer e mais empresas e desenvolvedores estão produzindo conteúdo. Sobre publicidade em redes sociais online de modo geral, agora o Orkut também exibe em algumas poucas páginas links patrocinados. Para saber mais sobre esse tipo de publicidade, o maior na internet, leia sobre o relatório "Marketing de Buscas como uma Estratégia de Comunicação para a Internet".

Fontes Recomendadas
- Textos da danah boyd, maior autoridade mundial do assunto
- Levantamento de textos brasileiros sobre redes sociais, feito por Raquel Recuero
- O 13° volume do Journal of Computer-Mediated Communication, dedicado a social network(ing) sites, especialmente os artigos de danah boyd & Nicole B. Ellison e o de Judith Donath
- E a resposta ao artigo de boyd & Ellison, por David Beer, no número seguinte

O Marketing de Buscas como uma Estratégia de Comunicação para a Internet

No mês de Junho deste ano, iniciamos a pesquisa sobre Marketing de Buscas ( ou SEM, acrônimo de Search Engine Marketing). Dois meses depois, em agosto, estava pronto o primeiro relatório, fruto desta pesquisa. Em "O Marketing de Buscas como uma Estratégia de Comunicação para a Internet", escrito por Lucas Reis, procuramos fazer um grande levantamento de dados sobre a área, identificando os grandes players, as cifras que o setor movimenta, em que práticas consiste, qual os resultados que proporciona, qual a sua interação com o mundo offline, qual a sua adoção na Bahia e quais as suas tendências.

Definição
Para começar, o centro do marketing de buscas são os buscadores da internet. Mais de 755 milhões de internautas usam os serviços destes buscadores para realizar mais de 60 bilhões de buscas mensais ao redor do mundo, o que dá aos buscadores uma audiência que interessa aos anunciantes por seu tamanho e qualidade. Qualidade pois os anúncios do marketing de buscas são contextuais, ou seja, aparece para o usuário no momento em que ele está buscado por informações correlacionadas. Por isso, os anúncios de links patrocinados movimentam mais de US$ 20 bilhões anuais mundialmente. Tamanha receita fez surgir um grande ecossistema de empresas que prestam serviços relacionados a busca. Entre todas elas, três têm destaque: Google, Yahoo! e Microsoft (nesta ordem).

Práticas
Mas o SEM não consiste apenas em exibir anúncios nas páginas de resultados de buscas. O SEO e o SMO também integram o marketing de buscas. SEO, search engine optmization, é uma prática que pretende otimizar um site de modo a melhorar o seu posicionamento nos resultados naturais de buscas. Essa prática é importante pois a maiores dos cliques, cerca de 92%, acontecem no chamado resultado orgânico e não nos links patrocinados. Estima-se que nos EUA a indústria do SEO movimente US$ 8 bilhões anuais. Já o SMO consiste em  métodos para se conseguir publicização ou compartilhamento de informação de um site através das mídias sociais. É importante pois cada vez mais os internautas navegam pelas mídias sociais (blogs, compartilhadores de vídeo, redes sociais etc), o que aumenta a importância dessas mídias para a publicidade digital.

Resultados
Entre os retornos mais chamativos que o SEM tem oferecido, destacamos o fato de a Unilever americana ter conseguido um ROI de 143% no lançamento de sua linha Ultimate Clear feita através de links patrocinados. Já a Editora Abril conseguiu reduzir em 70% os custos de obtenção de novos assinates com sua campanha de links patrocinados.

Adoção na Bahia
Identificamos que na Bahia o marketing de buscas ainda está dando os seus primeiros passos. Os links patrocinados são usados de maneira incipiente, na maioria dos casos que identificamos. Boa parte dos sites baianos são mal indexados nos buscadores, de modo a não aparecerem nos resultados de buscas relacionadas. No que tange às redes sociais a situação não é diferente. Os sites das instituições baianas não oferecem ferramentas de compartilhamento, não têm canais em sites de compartilhamento, não alimentam fóruns e comunidades correlatas e obtêm poucas citações na blogosfera.

Tendências
A busca universal e semântica, a mobilidade e os buscadores de nicho devem trazer novas oportunidades e complexidades às empresas que usam o marketing de buscas. Também o uso do behavioral target advertising deve aumentar a eficiência das campanhas de links patrocinados, mas também devem aumentar seus custos. Este movimento deve acontecer no Brasil também por outros motivos. O custo por clique no país é muito inferior a média mundial. Devemos assistir nos próximos trimestres uma elevação do preço do clique, de modo a se aproximar um pouco mais dos níveis mundiais.

Após terminarmos este primeiro relatório, aprodundamos as nossas pesquisas em marketing de buscas. Desta vez, com foco maior em construção de marca, comércio eletrônico, mobilidade e modelo empresarial das agências publicitárias.

Vídeos utilizados como exemplos de publicidade em TV digital

Publicidade Interativa da Nissan:




Publicidade Interativa da cerveja Grolsch:




Publicidade em slow motion da Orange:




Testes de transmissões na TV digital, produzidos pela C.E.S.A.R. para a Rede Globo:




Aplicativos Sociais em dois minutos, pelo Sonora



A dinâmica dos aplicativos sociais é, na verdade, muito mais complexa do que dá a entender o título chamativo dessa postagem. Mas o vídeo publicitário do Sonora: Compartilhe Sua Música mostra que a Terra Brasil Networks sabe do riscado. A pequena historinha, em animação, tem como protagonistas dois casais que se formam depois de que os pares conhecem o gosto musical um do outro ao usar o aplicativo. É esse tipo de conteúdo que as empresas podem inserir sem medo nas redes sociais como o Orkut, por respeitar e fomentar as atividades que os usuários já fazem e buscam nas redes sociais, como exibir seus gostos musicais com fins de sociabilidade.

Renovando a publicidade na TV

A minha pesquisa se concentra no estudo das tendências da publicidade com a mudança para a tecnologia digital. Muitos podem achar que não vai mudar muito, ou que vamos demorar para ver o resultado por aqui. Claro que devemos ser realistas: realmente vai demorar para que todos os cidadãos brasileiros possam usufruir de todas as ferramentas que deverão ser oferecidas pelo novo sistema. Mas, por mais que isso seja algo a ser conquistado a longo prazo, as agências publicitárias e as redes de TV já devem estar preparadas para essa mudança. Alguns aspectos vão mudar não só na transmissão, mas também na forma de se assistir e produzir TV e também comerciais.
Essas mudanças e suas consequências são objetos do meu estudo, que foi baseado em anúncios já produzidos fora do Brasil para atender a esta nova demanda. Provavelmente acontecerá o mesmo por aqui. Não é certeza, até porque devemos adaptar essas mudanças para a nossa realidade, mas pode-se dizer que a publicidade brasileira tentará, primeiramente, seguir o que está acontecendo no exterior e, aos poucos, ir se encaixando de acordo com as necessidades dos consumidores brasileiros (que, cada vez mais, estão se tornando tão exigentes quanto os consumidores de fora do país).

Pesquisadores

Coordenação

Wilson Gomes é professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBa, na qual leciona desde 1989. É pós-doutor pela Universidade de São Paulo. Além do Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais, também é pesquisador-chefe dos grupos de pesquisa: Internet e Democracia; Laboratório de Análise Fílmica e Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais. Seu currículo lattes pode ser acessado em http://lattes.cnpq.br/6484546543106743.

Gabriela Almeida é mestranda do Poscóm-UFBa, assistente de Wilson Gomes e assistente de pesquisa.


Pesquisadores Atuais

Ida Sandes Sobral estuda Jornalismo na Universidade Federal da Bahia. É educadora não formal e se dedica a trabalhos voluntários na comunidade judaica da Bahia e no movimento juvenil Habonim Dror. Recém ingressa no Observatório, pesquisa o uso de mídias sociais pelo Governo. Contato: idasansob@hotmail.com e @idoca2s


Lucas Reis estuda Comunicação Social na UFBA, é planejador digital da Propeg, membro do Grupo de pesquisa Comunicação, Internet e Democracia, e sócio da PaperCliQ. Pesquisa o uso da internet pelo campo político e o desenvolvimento de métricas para a publicidade online.. E-mail: lucas.reis@ymail.com e Skype: Lucas.Sier


Marcel Ayres estuda Jornalismo na Universidade Federal da Bahia. Já realizou pesquisas ligadas ao Jornalismo online e impresso, arquitetura da informação em webrevistas e teorias da imagem. Atualmente, desenvolveu uma pesquisa sobre publicidade em Mídias Digitais Out-of -Home e, agora, pesquisa modelos e aplicações de Realidade Aumentada (RA). Escreve sobre criação em novas mídias em um blog pessoal e contribui com os sites IPF e Xiscando. Contato: marcel.ayres@gmail.com ou @MarcelAyres. Lattes - Currículo Lattes



Pesquisadores Anteriores

Breno Fernandes é estudante de Jornalismo. Desenvolveu pesquisas sobre Publicidade em Sites de Notícias e mobile marketing. É também ficcionista, com dois livros infanto-juvenis publicados pela editora FTD, e tem uma coluna semanal com resenhas literárias no caderno Dez! do jornal A Tarde. Seu site pessoal é o Abre Parêntese . Hoje, após sair do Observatório, Breno se dedica à ficçao. Uma das histórias que está preparando, um romance infanto-juvenil futurista, aborda justamente o impacto das novas tecnologias em nossas vidas.


Ísis Miyaoka estuda Produção em Comunicação e Cultura. Desenvolveu pesquisas sobre as tendências da Publicidade na TV Digital, Publicidade em Instant Messengers e Marketing Digital. Possui os blogs Notes of One Diary, onde escreve sobre algumas curiosidades encontradas na internet ou no dia-a-dia, e o About Vogue, um blog sobre a revista Vogue e novidades em torno deste produto. Contato: ifmiyaoka@gmail.com.

Robson Carneiro estuda Jornalismo na Universidade Federal da Bahia. Trabalha com Televisão e Internet. No Observatório, pesquisa sobre Campanhas Colaborativas, Colaboração em Massa e Publicidade em Games e Advergames. Contato: rcarneiro.master@gmail.com


Tarcízio Silva produziu no Observatório:
- Publicidade em Redes Sociais Online (relatório)
- Tendências da Publicidade em Vídeo Online (relatório)
- Politics 2.0: A Campanha Digital de Barack Obama (artigo)
- Otimização de Mídias e Redes Sociais (palestra)
- A Campanha Digital de Barack Obama (palestra)
- Comércio Eletrônico e Mídias Sociais (relatório)

Mantém o blog Imagem, Papel e Fúria, no qual escreve sobre comunicação, arte e design. Também é colunista do Xiscando - Dando Publicidade à Propaganda. Foi bolsista de maio de 2008 a abril de 2009, quando foi convidado a trabalhar numa agência publicitária baiana. Contato: tarushijio@gmail.com


Vanderson Almeida estuda Jornalismo na UFPR. Desenvolveu pesquisa sobre as tendências da Publicidade em Telefones Celulares (Mobile Marketing).

Contato

Os pesquisadores do Observatório de Publicidade em Tecnologiais Digitais podem ser contactados através dos endereços abaixo:

E-mail: optdigitais@gmail.com
Twitter: www.twitter.com/optdigitais
Skype: observatorio.publicidade.digital

Para contactar um pesquisador em especial, recomendamos checar na nossa página de pesquisadores o contato direto.

Sobre o Observatório

O Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais é um grupo de pesquisa formado pela integração Universidade (Facom/Póscom) e Empresa (Propeg), criado em abril de 2008. O objetivo é desenvolver um trabalho de prospecção e análise de iniciativas e ferramentas de publicidade digital.

Composto por cinco pesquisadores graduandos orientados pelo prof. Wilson Gomes e uma assistente de pesquisa, mestranda. São desenvolvidos periodicamente relatórios em determinados tópicos envolvendo a publicidade em tecnologias digitais. A produção já consta de:

- Campanhas Colaborativas na Web 2.0
- Marketing de Buscas Como Uma Estratégia de Comunicação para a Internet
- Mobile Marketing: A Publicidade em Telefones Celulares
- Publicidade em Redes Sociais Online